A compositora Tania León ganhou o Prêmio Pulitzer de música com a obra Stride, estreada em fevereiro de 2020 pela Filarmônica de Nova York em um de seus últimos concertos antes da paralisação provocada pela pandemia.
“Minha mãe e minha avó já trabalhavam como empregadas domésticas quando tinham apenas oito anos. Minha família depositou tanta esperança em mim e na nova geração, trabalhou para nos dar educação, e quando algo assim acontece é nisso que penso”, disse a compositora em entrevista ao jornal The New York Times.
“O maior prêmio da minha vida é ter sido capaz de manifestar um sonho que começou em um lugar muito pequeno, longe daqui, com pessoas que já não estão mais entre nós. É disso que Stride [que pode ser traduzido como “passo largo”] fala: ir adiante.”
Tania León nasceu em Cuba, onde iniciou seus estudos musicais aos quatro anos de idade. Em 1967, aos 24 anos, mudou-se para Nova York, onde completou sua formação na New York University. Dois anos depois, criou o Arthur Mitchell’s Dance Theater of Harlem, participando da formação de uma escola de música e de uma orquestra.
Stride foi encomendada pela Filarmônica de Nova York como parte do Projeto 19, no qual dezenove compositoras escreveram peças para celebrar o centenário da 19ª emenda à constituição americana, que impedia estados de negar às mulheres o direito ao voto.
A obra de Tania León inclui peças de câmara, música orquestral e uma ópera, Scourge of Hyacinths, baseada em texto do poeta Wole Soyinka. A voz tem importância central em sua trajetória, em ciclos como Atwood songs, a partir de textos da escritora Margareth Atwood. A peça foi interpretada há duas semanas no Theatro São Pedro de São Paulo pela soprano Erika Muniz no recital “I too sing” e pode ser ouvida aqui:
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