Coro da Camerata Antiqua de Curitiba homenageia o cravista Roberto de Regina

por Redação CONCERTO 16/07/2022

Um homem da Renascença: assim Janete Andrade, coordenadora artística da Camerata Antiqua de Curitiba, define Roberto de Regina, fundador, com Ingrid Müller Serafim, do grupo musical em atividade há 46 anos. E cravista, regente, médico, luthier, artista de miniaturas, pintor e, por que não?, importante promotor da cultura. 

Dias 20 e 21 de julho, quarta e quinta-feira, o Coro da Camerata estará em Niterói e no Rio de Janeiro celebrando e homenageando seu mestre que, em 12 de janeiro de 2022, completou 95 anos de idade. No dia 20, eles se apresentam no Teatro da UFF (Niterói); e, no dia 21, na Sala Cecília Meireles.

A capital do Paraná, importante polo musical brasileiro, estava há quatro anos sem os famosos festivais internacionais e cursos realizados desde 1960 quando, em 1974, a atividade educacional retornou à cidade. Nesse ano, Roberto e Ingrid fundaram a Camerata e o Coro. Oito anos depois, Roberto assumia a regência do grupo, ligado à Fundação Cultural de Curitiba, da prefeitura.

“Roberto é uma pessoa extraordinária, multifacetada, responsável por impulsos imprescindíveis no circuito da música antiga no Brasil”, continua Janete, falando por vídeo à CONCERTO. “Foi D. Ingrid, que estudou no Rio de Janeiro, quem convidou Roberto para se integrar à cena de Curitiba. E veio uma turma fantástica, como Helder Parente e outro artistas maravilhosos.”

Janete relembra histórias que comprovam a incessante atividade e a amplitude de interesses de Roberto. “Participei em 1982 de um festival em Campos do Jordão, com Roberto e o outro conjunto que ele fundou em Curitiba, o Renascentista; e o maestro tinha um arquivo de filmes de Walt Disney em super 8 no bangalô onde estava hospedado; ele gostava de tecnologia."

Além de todas as habilidades, Roberto também sempre fez questão de criar um ambiente de época. “Eram figurinos muito pesquisados, tudo muito cuidadoso”, lembra Janete. “Aos poucos, fui descobrindo essa personalidade criativa e incansável do maestro, uma verdadeira reencarnação do ser mais humanista da Renascença. A música antiga precisa dessa multidisciplinaridade para ser executada.”

E não havia um “academicismo”, no sentido mais restritivo da palavra. Janete conta que o cravista estimulava em seus alunos e artistas a busca do conhecimento e a pesquisa, mergulho que não era fácil como hoje em dia.

“Era muito difícil arranjar gravações, partituras e ele fazia um generoso compartilhamento de tudo isso conosco.”

O Coro, regido por Mara Campos, chega ao Rio de Janeiro com 18 cantores. Mara foi regente do Coral da USP e do Coral Paulistano, do Theatro Municipal de São Paulo. Dos artistas, apenas uma é veterana e trabalhou com Roberto de Regina nos primeiros tempos.

O repertório levantou “os gostos e preferências” de Roberto, conta Janete. Com ênfase na polifonia vocal, eles vão apresentar obras de Purcell (Music for a while), Bach (o moteto Lobet den Herrn) e do jovem contemporâneo Jake Runestad (Alleluia).

“Um orgulho para todos nós celebrar a legado desse multiartista”, encerra Janete.  

Clique aqui para ver mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

Leia também
Notícias Academia Brasileira de Música comemora 77 anos com concertos na Sala Cecília Meireles
Notícias Piero Schlochauer vence concurso de ópera do Fórum-ODM
Notícias Theatro Municipal do Rio de Janeiro celebra 113 anos com portas abertas e ‘Don Giovanni’
Notícias Festival de Campos do Jordão: a programação da segunda semana

Roberto de Regina em concerto com o Coro da Camerata Antiqua em 2017 [Divulgação/Cido Marques]
Roberto de Regina em concerto com o Coro da Camerata Antiqua em 2017 [Divulgação/Cido Marques]

 

Curtir

Comentários

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da Revista CONCERTO.

É preciso estar logado para comentar. Clique aqui para fazer seu login gratuito.