Iniciativa aposta na cultura como motor de desenvolvimento sustentável para a região amazônica
Foi realizado no dia 16 de abril, durante a 26ª edição do Festival Amazonas de Ópera, o encontro do Corredor Criativo da Amazônia, uma iniciativa que une cultura, economia criativa e articulação internacional em prol do desenvolvimento sustentável na região amazônica.
A ideia nasceu em 2022, em um acordo de cooperação inédito entre as secretarias de Cultura e Economia Criativa dos estados do Amazonas e do Pará, com o objetivo de fomentar a produção cultural como ferramenta de transformação social e econômica. A iniciativa promove a coleta de dados de impacto, a formação de mão de obra qualificada, a geração de empregos diretos e indiretos, o estímulo ao turismo e o fortalecimento da cadeia de serviços associada à cultura. “A economia criativa é um eixo estratégico, não apenas pelo seu valor simbólico e artístico, mas também por seu potencial de impacto positivo em áreas como comércio, gastronomia, hotelaria, educação e sustentabilidade”, destacou Flávia Furtado, diretora executiva do FAO, que liderou o encontro do Corredor Criativo da Amazônia.
Agora, no encontro de Manaus, o Corredor Criativo da Amazônia agregou novos parceiros internacionais para fortalecer a rede de intercâmbio cultural, social e econômico. Estiveram presentes os secretários da Cultura do Amazonas, Caio André Oliveira, do Pará, Ursula Vidal, além da diretora de Fomento e Difusão Regional da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Aline Vila Real Matos. Três novos acordos foram assinados durante o encontro.
O primeiro foi o termo de parceria entre o Fundo do Festival Amazonas de Ópera e a Munay Consulting Group, empresa austríaca de consultoria estratégica voltada à geração de recursos com foco em meio ambiente e sustentabilidade. A Munay foi representada por sua fundadora e diretora, Cristina Guevara de Frint.
Em seguira, foi firmado um termo de colaboração entre o FAO e o Cascais Ópera - Concurso Internacional de Canto, de Portugal. Alexandra Maurício, diretora geral do Cascais Ópera, e Adriano Jordão, diretor artístico do Cascais Ópera, anunciaram a criação do Prêmio Carlos Gomes, cujo vencedor ou vencedora será contratado(a) para participar do FAO.
Por fim, foi assinado o acordo de cooperação técnica do Corredor Criativo da Amazônia com três novas entidades, que se juntam aos teatros do Pará e do Amazonas: Nueva Filarmonica, da Colômbia, representada pelo seu diretor Ricardo Jaramillho González; Fundación Lirica Dissidente, do Chile, representado por seu presidente Nicolas Vásquez; e a Fundación Compañia Estable, da Colômbia, cujo diretor é o encenador Pedro Salazar.
A cerimônia contou ainda com a presença de dois representantes de teatros interessados em aderir ao Corredor Criativo da Amazônia no futuro: Sandro Romero Rey, assessor artístico do Centro Nacional de las Artes Delia Zapata Olivella, da Colômbia; e Irvin Peña, diretor geral do Teatro Teresa Carreño, da Venezuela.
Todos os discursos ressaltaram a importância de integrar os teatros em uma rede colaborativa, como estratégia para impulsionar a economia criativa e promover a sustentabilidade ambiental. E o caminho é a cooperação, a inovação e o respeito, como destacou Cristina Guevara, da Munay. “Em um ano em que a região amazônica sediará a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), o Corredor Criativo desponta como exemplo de ação integrada capaz de oferecer alternativas concretas ao modelo predatório que ameaça a floresta”, afirmou a diretora Flávia Furtado.
[Nelson Rubens Kunze viajou a Manaus a convite do Festival Amazonas de Ópera.]

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