Osesp anuncia temporada e vai dedicar ciclo a Tchaikovsky em 2025

por Redação CONCERTO 26/09/2024

Nos próximos anos, a orquestra vai apresentar e gravar todos os concertos para piano de Villa-Lobos interpretados por Sonia Rubinsky; pianista israelense Tom Borrow encerra seu período como artista em residência

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo fará ciclos dedicados a Tchaikovsky e Richard Strauss em 2025, além de olhar com atenção especial para o repertório francês e para a obra de Heitor Villa-Lobos. A nova temporada, a primeira inteiramente montada por Thierry Fischer como diretor musical, terá como convidados músicos como Marc-André Hamelin, Sonia Rubinsky, Vasily Petrenko, Marc Albrecht, Cristian Budu, Maasaki Suzuki e Simon Trpceski. Uma novidade importante do ano é a mudança do horário dos concertos de quintas e sextas-feiras, que passam a acontecer às 20h. A série Osesp Duas e Meia permanece. 

A música de Richard Strauss é antiga companheira da Osesp e vinha sendo contemplada pela orquestra também já sob o comando de Fischer. Em 2025, o ciclo segue com obras como as Quatro últimas canções (em março, na abertura da temporada, com a soprano Masabane Cecilia Rangwanasha); Don Quixote (abril, com a maestra Emilia Hoving); e a Sinfonia doméstica (julho, com o maestro Marc Albrecht).

“Tchaikovsky é um nome fundamental da música romântica e pode ser uma ferramenta importante para que a Osesp aprimore sua unidade sonora”, diz Fischer. O grupo vai apresentar a integral das sinfonias com regência de Fischer (sinfonias nº 1, nº 2 e Romeu e Julieta, em maio; sinfonias nº 3 e nº 4, em setembro; sinfonias nº 5 e 6, em dezembro). Há outras obras do compositor na agenda: Vasily Petrenko rege o Concerto para piano nº 1, com Trpceski (julho), e Zoe Zeniodi rege o segundo ato de O lago dos cisnes, em outubro.

A música russa aparece ainda com dois destaques: de Shostakovich, serão apresentadas as sinfonias nº 4 e nº 14, com Petrenko e o baixo Alexander Vinogradov; e, de Scriabin, as sinfonias nº 4 (Prometeu, o poema do fogo) e nº 5 (Poema do êxtase), com Pierre Bleuse (no programa estará também a Sagração da primavera, de Stravinski).

Vasily Petrenko vai reger sinfonias de Shostakovich [Divulgação/Mark McNully]
Vasily Petrenko vai reger sinfonias de Shostakovich [Divulgação/Mark McNully]

 

A Osesp, em parceria com a pianista Sonia Rubinsky, vai apresentar e gravar, entre 2025 e 2027, os cinco concertos para piano e orquestra de Villa-Lobos. “A Osesp tem a tradição e o compromisso de gravar obras de Heitor Villa-Lobos. Essa prática promove a valorização da identidade cultural brasileira, além de proporcionar reconhecimento internacional, da orquestra e do compositor, contribuir para a expansão do nosso repertório e diversificar as experiências musicais oferecidas ao público”, diz Fischer.

Em março, sob regência de Roberto Minczuk, Rubinsky sola o Concerto nº 5 do compositor – e, no dia 13, toca em recital uma seleção do Carnaval das crianças. A música brasileira marca presença discreta na programação. Serão apresentadas Meia lágrima, de Elodie Bouny (com Marly Montoni, março); Breathing blocks, de Felipe Lara (obra encomendada pela Osesp; apresentações em julho, com Petrenko); Veredas, de Marisa Rezende (com Zoe Zeniodi, em agosto); a abertura de Fosca, de Carlos Gomes (com Fischer, em setembro); o Choro para violino de Guarnieri (com Elisa Fukuda e Fabio Mechetti, em outubro); e o Prelúdio de Jupyra, de Francisco Braga (Fischer, dezembro).

A música francesa aparece com obras marcantes do repertório. Em maio, haverá programa com os Noturnos e as rapsódias para clarinete e saxofone de Debussy, de quem será apresentada também, em setembro, La damoiselee élue, com Fischer; em outubro, A caixa de brinquedos, com Zoe Zeniodi; e, em novembro, o Prelúdio à tarde de um fauno, com Pierre Bleuse.

Em junho, Stephane Denéve rege as suítes nº 1 e nº 2 de Daphnis et Chloé, de Ravel, e o Réquiem, de Fauré. De Ravel, estão programadas ainda o Concerto para piano em sol maior (com Bleuse e Betrand Chamayou, que faz também recital solo), e La valse (Mechetti).

A maestra Zoe Zeniodi faz duas semanas de concertos com a Osesp [Divulgação/Jean-Baptiste Millot]
A maestra Zoe Zeniodi faz duas semanas de concertos com a Osesp [Divulgação/Jean-Baptiste Millot]

 

A ópera terá um momento importante na programação: em dezembro, Fischer rege Wozzeck, de Alban Berg, obra central do repertório do século XX. O elenco é formado por Robin Adams (Wozzeck), Jason Bridger (Andres), Astrid Kessler (Marie), Markus Hollop (Doutor), Luisa Francesconi (Margret), Savio Seperandio (Jovem artesão), Michel de Souza (Jovem artesão) e Jean William (narrador).

O artista em residência será mais uma vez o jovem pianista canadense Tom Borrow, que completa o ciclo dos concertos para piano e orquestra de Beethoven, com o nº 4 e o nº 5, ambos em agosto, com regência de Masaaki Suzuki. Ele também faz recital de música de câmara com músicos da Osesp, em um programa que tem como destaque o Quinteto de César Franck.

Piano

A lista de pianistas é notável. Além dos nomes já citados, em março, Marc-André Hamelin faz recital e toca programa com a orquestra dedicado à música americana, interpretando a Sinfonia nº 2 – The age of anxiety, de Leonard Bernstein, e a Rhapsody in blue, de Gershwin. Estefan Iatcekiw vai solar o Concerto para piano de Clara Schumann (junho, com Ruth Reinhardt) e Cristian Budu será o solista no Concerto para piano e orquestra nº 20 de Mozart, no mesmo mês, com regência de Marc Albrecht. Em setembro, Javier Perianes toca o Concerto de Grieg, com Fischer (em programa que tem ainda a Sinfonia fantástica, de Berlioz), e faz recital solo.

O pianista Marc-Andre Hamelin faz recital e toca sinfonia de Bernstein [Divulgação]
O pianista Marc-Andre Hamelin faz recital e toca sinfonia de Bernstein [Divulgação]

 

Entre os violinistas, além de Fukuda, a Osesp recebe Veronica Eberle (setembro), que será solista no Concerto fúnebre, de Karl Amadeus Hartamann; e Augustin Hadelich, que sola o Concerto para violino nº 1 de Bruch no encerramento da temporada, em dezembro. Mais solistas: o percussionista Colin Currie faz, em maio, a estreia latino-americana de Switch, de Andrew Norman.
Além da encomenda a Felipe Lara, já citada, e a Andrew Norman (Resolve), a Osesp toca Operascope, de Unsuk Chin (coencomenda em estreia latino-americana); e Passages, de Michael Jarrell (coencomenda em estreia americana).

Outras obras marcantes do ano são, de Mahler, as  sinfonias nº 5, em março, no concerto de abertura da temporada, e nº 6, em maio, ambas com Fischer; a Paixão segundo São João, de Bach, com regência de Kathy Romey; o Réquiem de Mozart (com a soprano Gabriella Pace, a mezzo soprano Luisa Francesconi, o tenor Atalla Ayan e o barítono Leonardo Neiva, em maio, com Joseph Bastian na regência); a Sinfonia nº 4 de Martinu (Reinhardt, junho); e a versão completa do balé Pulcinella, de Stravinsky (Suzuki, agosto).

A Osesp vai interpretar também duas obras da compositora alemã do século XIX Emily Mayer: a Sinfonia nº 7 (maio, Bastian), e a Abertura em ré (julho, Albrecht); Earth Suite, de Dobrinka Tabakova (junho, regência de Delyana Lazarova); Concerto para orquestra de cordas, de Grazyna Bacewicz (junho, Reinhardt); Sinfonia nº 2, de Louise Farrenc (em agosto, com Zoe Zeniodi). O Coro da Osesp, por sua vez, vai se unir ao Coral Paulistano para uma homenagem a Naomi Munakata, com regência de Maíra Ferreia (maio).

Clique aqui para conferir o calendário da temporada completa, com artistas e repertórios, bem como informações sobre assinaturas.

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Sala São Paulo, sede da Osesp (Vania Wolf, wikimedia commons)
Sala São Paulo, sede da Osesp (Vania Wolf, wikimedia commons)

 

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