Amiga íntima de Clara Schumann e de George Sand – para quem serviu de modelo em diversos textos. Aluna de piano de Franz Liszt, reconhecida pelo talento musical por Gounod, Berlioz e Chopin. Uma das grandes cantoras de seu tempo: foi responsável pela estreia da Rapsódia para contralto de Brahms; Saint-Saëns dedicou a ópera Sansão e Dalila a ela; na primeira leitura privada do Tristão e Isolda, de Wagner, cantou Isolda (com o compositor como Tristão). E compositora, com mais de 200 obras em seu catálogo.
Na primeira metade do século XIX, Pauline Viardot foi figura central na cena artística e musical parisiense. E também na discussão política de seu tempo: fez oposição a Napoleão III e ao Segundo Império na França, escrevendo em 1851 a cantata La jeune republique, que os opositores do regime pretendiam transformar em hino informal da França. Sua casa foi invadida pela polícia e, pouco depois, ela e a família deixariam o país, estabelecendo-se em Baden-Baden (o retorno à França se daria apenas em 1871).
Tamanho legado, durante muito tempo, ficou marginalizado. Mas retorna no momento em que se celebra seu bicentenário – ela nasceu em julho de 1821. No Brasil, o Theatro São Pedro apresentou um espetáculo dedicado à sua trajetória, protagonizado pela mezzo soprano Luciana Bueno. E ela e o pianista Ricardo Ballestero voltam a interpretar suas obras em recital na quarta-feira, dia 28, na programação do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Excelentes pontos de partida para conhecer sua trajetória e também sua obra, da qual o Site CONCERTO preparou uma seleção.
Pauline Viardot, uma biografia musical
No espetáculo do Theatro São Pedro, a mezzo soprano Luciana Bueno e o pianista Ricardo Balestero interpretam árias de personagens de óperas vividas por Viardot no palco, além de canções e peças para piano da compositora.
Canções
Este foi um gênero praticado ao longo de toda a carreira pela compositora – estima-se que ela tenha escrito mais de 150 canções, além de ter criado versões para voz de peças instrumentais de autores como Brahms, Haydn e Schubert.
Óperas
Viardot escreveu cinco obras do gênero, todas imaginadas para apresentações privadas. As três primeiras, Trop de femmes, Le dernier sorcier e L’ogre, têm libreto de Ivan Turgueniev. Para as duas últimas, Cendrillon e Le conte de fées, ela escreveu o texto.
Música de câmara
A produção instrumental de Viardot inclui peças para piano solo (mazurcas, marchas e polonaises) e também para outros instrumentos: neste caso, a formação a qual mais se dedicou foi o duo piano e violino, como na Sonatina para violino e piano.
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