A Orquestra Sinfônica de Goiânia apresenta no dia 29 o poema sinfônico Anhanguera, de Hekel Tavares. Escrita para orquestra, coro misto, solistas e coro infantil, ela será tocada em concerto no Centro Cultural Oscar Niemeyer, na capital de Goiás.
Anhanguera narra musicalmente a viagem empreendida em 1722 pelo bandeirante e explorador Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740), que andou pelas terras de Goiás à procura de ouro, encontrando-o no Rio Vermelho três anos depois. Bueno da Silva foi apelidado de Anhanguera (Diabo Velho) pelos nativos.
A peça é formada pelos movimentos Benção da Bandeira, Anhanguera, Canide-Ioune (pássaro amarelo), Dança do Chefe e Nas Terras Centrais.
De acordo com o maestro Eliseu Ferreira, que rege o concerto, “o espetáculo não é laudatório de Anhanguera, nem visa à exaltação do bandeirismo, mas tão somente reproduz a cosmovisão do compositor Hekel Tavares, à luz do contexto de sua época”.
Ferreira trabalhou no projeto desde 2019 ao lado de Alberto Tavares, morto em 2021. Segundo ele, trata-se da primeira apresentação completa ao vivo do poema sinfônico. (Em 2018, o maestro Lutero Rodrigues regeu a estreia em concerto de Dança do Chefe na Paraíba.) O que existe é uma gravação regida pelo próprio Hekel Tavares em 1954 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, transformada em LP.
Além da orquestra, participam o Coro Sinfônico de Goiânia, o Coro Juvenil de Goiânia, o Coral Infantil Gustav Ritter, o baixo Marco Antônio Assunção e a solista mirim Bianca Lima.
A execução do poema sinfônico integra o “Projeto Goiás +300 – Reflexão e Ressignificação”, idealizado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e pela Sociedade Goiana de História da Agricultura, que deverá publicar vinte livros nos próximos três anos, envolvendo mais de 500 autores de 40 instituições científicas e culturais.
O objetivo é propor um “momento para a reflexão, ressignificação e inclusão de minorias e grupos historicamente periféricos, sob a ótica isenta de centenas de pesquisadores, inclusive indígenas e quilombolas”.
No concerto, serão apresentados ainda três movimentos da Suíte Brasília, escrita por Hekel Tavares na época da inauguração de Brasília, e o Capricho Brasiliense.
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