Festival do Espírito Santo abre décima edição com duas estreias mundiais

por Redação CONCERTO 04/11/2022

A estreia mundial de duas obras abre hoje, dia 4, a programação do Festival de Música Erudita do Espírito Santo, que completa dez anos.

O espetáculo, no Sesc Glória, começa com a primeira audição do ciclo de canções O tempo e o mar, de Marcus Siqueira, a partir de poemas de Geraldo Carneiro, que será interpretado pela soprano Eliane Coelho. 

E é Carneiro que assina o libreto da ópera A procura da flor, de André Mehmari, que será apresentada em seguida. A obra é baseada em Esaú e Jacó, de Machado de Assis, terá direção cênica de Livia Sabag e direção musical de Gabriel Rhein-Schirato, à frente da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo.

Participam os cantores Daniel Umbelino, Johnny França, Isabella Luchi, Luciana Bueno, Natércia Lopes, Sávio Sperandio e Sylvia Klein. O espetáculo terá transmissão ao vivo pela internet (veja aqui).

A programação do festival vai até o dia 26 e tem ainda um recital de canções de música francesa com a soprano Masami Ganev, apresentações do Quarteto Bratya e da Orquestra Jovem Vale Música, além da realização de um concerto com os vencedores do Concurso de Canto Natércia Lopes. 

O repertório, como tem acontecido nos últimos anos, dá especial atenção à música do século XX e do século XXI, abrindo espaço tanto a compositores como a compositoras. 

O festival realiza ainda uma série de intervenções artísticas na cidade de Vitória. 

Nos últimos anos, o festival consolidou-se como um dos mais importantes eventos do calendário musical brasileiro. A programação passou a ter como foco o repertório do século XX e XXI, destacando a música brasileira, latino-americana e portuguesa, além de resgatar obras de compositoras de diferentes gerações.

A direção geral é de Tarcísio Santório e Natércia Lopes, da Companhia de Ópera do Espírito Santo. Livia Sabag assina a direção artística e integra o núcleo de curadoria ao lado dos maestros Gabriel Rhein Schirato e Helder Trefzger, do pianista Fabio Bezuti e da musicóloga e pesquisadora Guilhermina Lopes. 

“Há um entendimento de que a relação do público com o festival não pode ser apenas de uma mostra, de um conjunto de apresentações. Queríamos provocar um tipo de engajamento diferente a partir dessas temáticas, criando linhas de programação, encadeamentos de ideias que abram sentidos na relação com as apresentações. O tema, então, procura estabelecer a ponte com o momento em que vivemos. Em 2020, trabalhamos a questão das fronteiras; em 2021, o olhar para o outro. E estruturalmente continuamos no mesmo fluxo, estabelecendo também pontos de contato com as programações passadas. Envolver novos mais públicos exige pensar em novas formas de transmitir o que fazemos”, explica Livia.

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O poeta Geraldo Carneiro [Divulgação]
O poeta Geraldo Carneiro [Divulgação]

 

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