Com concepção geral de Kiko Goifman e direção cênica de Ronaldo Zero, retorna nesta quinta, 21, ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, a produção da ópera María de Buenos Aires, de Astor Piazzolla, encenada pela primeira vez na casa em 2021. A direção musical é de Roberto Minczuk, à frente da Orquestra Sinfônica Municipal.
A obra, que Piazzolla definiu como “operita”, narra a trajetória de vida de María, uma prostituta do subúrbio de Buenos Aires. Na segunda parte, é narrado seu pós-morte. Os personagens principais incluem um poeta narrador que também assume o papel de um duende, além de várias marionetes sob seu comando, e um grupo de psicanalistas que formam um circo.
A peça estreou em 1968, na capital argentina, e se destaca pelo tom surreal, satírico, com o uso de elementos místicos e religiosos. “É uma obra única, que se destaca muito de outras óperas do próprio Piazzolla, porque possui a força no tango nuevo, um toque rítmico com harmonias e melodias muito especiais", diz Minczuk.
“Essa é, antes de tudo, uma ópera sobre uma mulher muito forte, uma prostituta inventada por Piazzolla. Em função disso, trouxemos prostitutas reais para o palco tanto na primeira montagem quanto nesta”, explica Kiko Goifman.
Segundo o diretor cênico, Ronaldo Zero, diferente da versão de 2021, durante a pandemia de covid-19, a remontagem coloca a dança e suas origens na cultura negra em protagonismo.
“A proposta cênica também se vale de signos e simbolismos que ressalta a dualidade e as raízes híbridas do tango, unindo a tradição argentina à influência africana que moldou o gênero. Sem perder a conexão com o público contemporâneo, a encenação traduz esses elementos de forma acessível, explorando a fisicalidade dos intérpretes e o dinamismo entre cena e música”, explica.
O elenco conta com as cantoras Catalina Cuervo (26, 27, 28, 29) e Luciana Bueno (21, 22, 23, 24) como María; Márcio Gomes interpreta o Cantor; e Rodrigo Lopez será Narrador/Duende.
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