O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta a partir de quinta-feira uma produção da ópera Rusalka, de Dvorák, assinada pelo diretor cênico André Heller-Lopes e pelo maestro Luiz Fernando Malheiro, responsável pela direção musical e pela regência. A montagem estreou no ano passado no Auditório de Tenerife, na Espanha.
“Encenar Rusalka em pleno 2024 é como tentar encontrar uma abertura, uma passagem mística que reconecta nosso mundo duro e muitas vezes cruel com uma certa esperança mágica das lendas. Um clássico com um desvio inesperado, um sabor especial”, diz Heller-Lopes.
A ópera estreou em março de 1901 em Praga, com libreto de Jaroslav Kvapil, baseado na mitologia eslava, na qual Rusalka é um espírito feminino das águas. Ela pede a uma bruxa que a transforme em mulher para se entregar ao amor de um jovem príncipe, mas Jezibaba a alerta de que, ao assumir a forma humana, ela perderá a fala e, se tiver que regressar do mundo dos homens, será amaldiçoada e seu amado morrerá.
Nas récitas dos dias 14, 16 e 24, Rusalka será interpretada pela soprano Ludmila Bauerfeldt. “A ópera traz uma visão mais simbolista, de uma figura amaldiçoada que, por sua obsessão, paga um preço altíssimo – o de deixar de ter voz”, conta Ludmilla em entrevista publicada na edição de novembro da Revista CONCERTO [leia aqui; acesso exclusivo para assinantes]. “Sentimos a influência de Richard Strauss nas linhas intermináveis, na orquestração profunda, densa, na orquestra cantando junto. E os leitmotif, como em Wagner: a entrada da harpa ou certa melodia ascendente que anuncia a ninfa.”
Ao lado de Ludmila, estarão o tenor Giovanni Tristacci (que atua em todas as apresentações), a soprano Eliane Coelho, a mezzo soprano Denise de Freitas e o baixo Licio Bruno, Nos dias 13 e 22, Paolla Soneghetti será Rusalka e o elenco tem ainda Tati Helene, Fernanda Schleder e Murilo Neves. Além de Tristacci, participam de todas as récitas Carolina Morel, Mariana Gomes, Lara Cavalcanti, Geilson Santos e Hebert Campos.
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