João Carlos Martins, diretor artístico e maestro titular da Bachiana Filarmônica Sesi-SP
“Como dizia o grande jornalista Gilberto Dimenstein, que o contrário da vida não é a morte, mas sim a repetição, neste ano de pandemia este velho maestro, que pouco entende de tecnologia, percebeu que por ser um ano atípico, as redes sociais teriam que fazer parte do perfil da Bachiana Filarmônica Sesi-SP.
Digo e repito sempre a frase que devemos correr atrás dos nossos sonhos e quando menos esperamos os sonhos corem atrás de nós. O resultado foi profundamente gratificante para nossa Bachiana, como para mim. Achei da maior importância que a Lei de Incentivo à Cultura tenha permitido transformar o presencial em virtual durante este período trágico não só para o Brasil, como para toda a humanidade.
Resultado: as nossas lives atingiram 1,5 milhões de visualizações, desde o Rio Grande do Sul até Roraima. Número dois: em nosso repertório tivemos Bach, Beethoven, Mozart, Schubert, Tchaikovsky, Shostakovitch, Puccini, Verdi, Villa-Lobos, Guerra-Peixe, entre outros, e ao mesmo tempo alguns compositores populares que se tornaram clássicos, como Piazzolla e Morricone.
Finalmente, já que estamos falando de redes sociais, uma transcrição de Bach para teclado sobre um adágio de Alessandro Marcello, que gravei com minhas luvas biônicas no meu velho Petrof, em minha casa, alcançou 33 milhões de visualizações em todos os continentes. Quando vejo Johann Sebastian Bach alcançando este número de visualizações em todo o mundo, cada vez mais chego à conclusão de que ele foi a síntese de tudo e a profecia de tudo que aconteceu na música ocidental.
Quanto ao Orquestrando São Paulo e ao Orquestrando o Brasil, mesmo nesse período, os resultados foram muito positivos. E no que diz respeito à responsabilidade social, o nosso projeto da cidade de Suzano está se revelando um exemplo para o nosso estado e para o Brasil.
Se tivermos que nos reinventar em 2021, não tenho dúvidas que o faremos, porque, como disse no princípio, o contrário da vida não é a morte, e sim a repetição!”
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