Cartas

por Redação CONCERTO 01/07/2019

Filarmônica de Minas Gerais

Já com a edição de junho nas mãos desta sempre surpreendente e deliciosa Revista CONCERTO, ainda quero comentar dois itens que me tiraram da inércia e que faço questão de mencionar. Sobre “A ética da destruição”, de Jorge Coli, na edição de abril, gostaria de agradecê-lo por colocar em palavras meus sentimentos e conclusões nítidas sobre este nosso “momentum” global. E, na edição de maio, considerei muito especial, meritória e honrada a distinção “Editor’s choice” da revista Gramophone para o CD da Filarmônica de Minas Gerais e seu excepcional maestro Fabio Mechetti. Já estivemos especialmente em Belo Horizonte para ouvir a orquestra em sua bela sala de concertos. E foi um magnífico evento.
Bernette Nusbaum, por e-mail


Coro da Osesp

Gostaria de demonstrar minha imensa satisfação em relação ao concerto realizado em 12 de maio no qual o Coro da Osesp, sob regência do maestro britânico Thomas Blunt, apresentou o Réquiem de Brahms na versão para dois pianos. Como sempre, o coro (preparado pelo jovem William Coelho) superou as expectativas, demonstrando, além de um timbre belíssimo, uma grande riqueza de expressividade e dinâmicas. Além do fato do coro estar acompanhado por Fernando Tomimura e Ricardo Ballestero, dois exímios pianistas de São Paulo que realizaram suas partes de maneira impecável, muito prazeroso foi ver e ouvir dois grandes talentos do próprio coro realizando as partes solistas. Erick Souza e Érika Muniz nos brindaram com uma rica e expressiva interpretação regada a uma grande exibição técnica. Parabéns à direção artística da Sala São Paulo pela oportunidade de mostrar que no Brasil temos artistas de grande qualidade para tão bem fazer trabalhos como este. 
Diego Muniz, maestro, por e-mail


Encomendas musicais

Após assistir na Sala São Paulo a uma encomenda musical feita pela Osusp, aliás bem satisfatória, recordo aquelas que assisti com a Osesp. Com a gentil ajuda da Mediateca da orquestra, descubro que foram feitas 55 encomendas nos últimos dez anos. Observo uma razoável incidência de músicos populares (principalmente nos anos iniciais), de guitarristas (talvez por influência do diretor artístico da instituição) e de uma curiosa variedade de outros profissionais (artistas visuais, letristas, radialistas, atores, escritores, arranjadores). Se bem me lembro, assisti ao longo do tempo oito destas encomendas. Claro que a apreciação musical é subjetiva, mas lamento informar que foram todas decepcionantes, deprimentes ou desastrosas. Como este espaço é restrito, apenas pergunto por que a qualidade foi tão medíocre. Tenho minhas suspeitas.
Alberto Ortenblad, por e-mail


Orquestra Jovem do Estado

Na sua apresentação de 8 de junho, a Orquestra Jovem do Estado provou mais uma vez que já é uma grande orquestra. A ideia de um concerto só com obras de Claudio Santoro a torna ainda mais amável, pois nenhum outro conjunto faz isso por aqui. Três obras bem diferentes: a Sinfonia nº 9 a gente conhece pela gravação de John Neschling com a Osesp e pelo último concerto regido por Ira Levin com a Sinfônica Municipal. O que mais me impressionou foi a inclusão das outras duas obras. Na primeira parte, uma Missa a seis vozes: imaginem um compositor notoriamente comunista, portanto ateu, compondo uma missa católica. E a peça é linda. A grande surpresa foi a terceira obra, Interações assintóticas. Pela primeira vez escutei uma composição de Santoro que não é tonal, mas dodecafônica. Muito boa. E o regente Cláudio Cruz está mais uma vez de parabéns pela inteligência da programação e pela excelência da execução! Detalhe: nunca vi a Sala São Paulo tão lotada: não havia uma única cadeira sobrando.
Tales Umberto Bieszczad, por e-mail


Ingressos

Sou assinante da Revista CONCERTO e pela primeira vez me pronuncio. Não com relação à revista, que adoramos aqui em casa, mas pela política mais uma vez equivocada dos dirigentes culturais do município de São Paulo. Explico melhor. Este ano não foram abertas novas assinaturas para o nosso Theatro Municipal. Quem não tinha e queria, ficou chupando o dedo. Até entendo, face às idas e voltas da administração municipal e os solavancos do seu relacionamento com a organização que efetivamente administra o teatro, mas falta de bom senso tem limites. Para minha surpresa, tomei conhecimento agora de que antigos assinantes podem adquirir ingressos antecipados, antes do público geral, ao arrepio de um posicionamento mais republicano e igualitário. Eu entendo que algum privilégio para assinantes poderia até existir numa condição normal, para o ano corrente, mas para todos aqueles que tivessem tido a oportunidade de assinar no ano, e não apenas para o grupo de remanescentes, grupo esse que não pôde ser ampliado por problemas internos da administração. Fica aqui o meu protesto pela desigualdade imposta à população de São Paulo. 
Carlos Edmundo Miller Neto, por WhatsApp