A Orquestra Filarmônica de Nova York vai abrir sua temporada 2022-2023 com a estreia de uma obra encomendada ao compositor brasileiro Marcos Balter. Ao longo da temporada, outro brasileiro terá uma obra apresentada pelo grupo: Felipe Lara, autor do Concerto duplo estreado no ano passado na Finlândia.
Oyá, de Balter, será apresentada ao lado de peças de John Adams, Respighi e Tania León, que venceu no ano passado o prêmio Pulitzer de composição. A obra do autor brasileiro é definida pela orquestra como “uma fantasia de som e luz concebida para celebrar a revitalização do David Geffen Hall”. A regência será de Jaap van Zweden.
A sala da orquestra passou por reformas que custaram cerca de US$ 550 milhões e será reinaugurada justamente com os concertos em que Oyá será estreada, nos dias 12, 13, 15 e 18 de outubro. Oyá é outro nome dado a Iansã, orixá feminino dos ventos e dos rios.
Balter já teve obras apresentadas em palcos como Carnegie Hall, Köln Philharmonie, Lincoln Center, Queen Elizabeth Hall e Wigmore Hall. Deu aulas na Montclair State University, Columbia College Chicago e Lawrence University. E é professor da Universidade da Califórnia em San Diego. No início do ano, foi um dos vencedores do prêmio de música da American Academy of Arts and Letters, associação foi criada em 1898 para “homenagear os principais arquitetos, artistas, compositores e escritores em atividade nos Estados Unidos”.
Ainda este ano, Balter terá obra estreada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, nos dias 15, 16, 17 e 18. Encomendada pela Osesp, a peça ainda não teve título anunciado.
Apontado pelo New York Times como um dos destaques da temporada, o Concerto duplo de Lara será tocado nos dias 29, 30 e 31 de março de 2023. A peça foi escrita para a flautista Claire Chase e a contrabaixista Esperanza Spalding, que participam das apresentações regidas por Susanna Mälki.
“Uma peça chamada Concerto duplo talvez evoque associações neoclássicas, assim como um compositor brasileiro com origem na música popular talvez desperte expectativas de uma obra tonal e melódica, pontuada por ritmos de dança “exóticos”. Nada mais distante do universo poético de Lara do que isso. Seu liquidificador sonoro funde diversas referências históricas e estéticas para criar um mundo de identidade e riqueza única”, escreveu Irineu Franco Perpetuo no Site CONCERTO. Pela estreia da obra no ano passado, Felipe Lara foi um dos vencedores do Prêmio CONCERTO Especial 2021.
Como Balter, Lara vive nos Estados Unidos, onde já teve obras apresentadas por grupos como o Quarteto Arditti e a Filarmônica de Los Angeles, e é professor do Peabody Institute, em Baltimore.
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Acervo CONCERTO Entrevista com Marcos Balter
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