A Academia Jovem Concertante, idealizada pela pianista Simone Leitão, completa dez anos em 2022. O projeto já contemplou mais de 700 bolsistas de todo o país e percorreu doze estados do Brasil. Foram 19 etapas, mais de cem concertos nas principais salas do país, assim como praças do interior do estado do Maranhão e Pará, entre outros, além de concertos sociais em escolas, hospitais, canteiros de obra, estações de trem e asilos.
Os jovens aprovados têm todas as despesas pagas e uma bolsa incentivo durante o período do projeto. A ideia nasceu da própria experiência de Simone. “Meu desejo maior partiu de uma dor. Individual e comunitária. A dor do desperdício de talento no Brasil. Sou do interior de Minas. Conheço bem o abandono cultural. Mesmo sem ter orquestras perto de mim, na minha infância, eu sonhava em um dia ver e ouvir uma orquestra de perto. Apesar de todos os domingos de manhã voltar correndo da igreja para assistir o projeto Aquarius na TV, essa experiência não era suficiente. Precisava ver e ouvir de perto”, ela conta.
Em 2012, retornando ao Brasil após doutorado nos Estados Unidos, ela começou a formatar a Academia. “Eu sonhava com um projeto de imersão em prática de orquestra e música de câmara focado na alta performance, cujo resultado fosse itinerante e assim alcançasse o público do interior ou da cidade, que não conhece a música sinfônica. A missão sempre foi construir. Construir a alta performance dos jovens talentos e construir novos públicos.”
Para ela, a Academia acolhe os músicos em um momento importante de suas trajetórias. Para comemorar os dez anos do projeto, serão realizados dez concertos. Alguns deles acontecem nesta semana. Ontem, a apresentação foi no Teatro Municipal de Niterói. Hoje, o grupo toca na Sala Cecília Meireles e, em seguida parte para Minas Gerais, para concertos em Tiradentes (dia 20) e São João Del Rei (dia 22).
A regência será da mestra grega Zoe Zeniodi, com Leitão ao piano. “Em agosto, faremos mais uma etapa Maranhão com jovens talentos do estado e também do Nordeste e Sudeste. Dessa vez antigos concertantes serão professores e a regência será de Marcos Arakaki. Como diretora artística e sempre sonhadora com um país que valoriza e mantém os seus talentos, me junto a eles em concertos para piano”, explica.
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