Emmanuele Baldini: o ano da consolidação

por Redação CONCERTO 08/01/2025

Retrospectiva 2024: Emmanuele Baldini, spalla da Osesp, regente principal da Orquestra Sinfónica de Ñuble (Chile) e diretor musical da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí   

“Se no depoimento do ano passado considerei 2023 como o ano da retomada completa e integral após a pandemia, penso que o ano que acabou pode ser chamado de ano da consolidação. Enxergo isso em muitas instituições que estão se fortalecendo economicamente e em seus corpos estáveis (a própria Osesp, mas também a OSB, que está caminhando com pequenos mas firmes passos para construir um futuro cujo brilho já se antevê no presente).

Saúdo também com especial satisfação o fortalecimento de algumas realidades do interior que historicamente possuem obstáculos estruturais e políticos muito maiores para se firmar como organismos de qualidade: a Sinfônica de Sorocaba por exemplo, que aumentou de maneira considerável seu quadro de músicos, assim como a Sinfônica Municipal de Campinas.

O Nordeste infelizmente ainda anda bem devagar, com a exceção de Salvador que nos orgulha com dois projetos brilhantes (Osba e Neojiba). Mas dá tristeza pensar que uma cidade enorme como Fortaleza (e que possui um teatro maravilhoso) não tenha ainda nem a sombra de uma sinfônica profissional.

Na cidade de São Paulo, aplaudo emocionado a inauguração da nova sala do Teatro Cultura Artística, uma das instituições mais prestigiosas da cidade, e também não posso deixar de exultar a inauguração da nova sala de câmara idealizada dentro do prédio da própria Sala São Paulo, permitindo inclusive a realização de eventos simultâneos nos dois espaços. Sim, São Paulo, sempre São Paulo, tão criticada, tão mal falada (às vezes pelos próprios paulistas), mas que sai sempre na frente sendo um exemplo. Por isso (e por muito mais) eu serei sempre muito grato à minha amada São Paulo.

Termino com poucas palavras sobre a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, da qual há três anos sou regente titular. Acredito que para além do nível musical que tem crescido de ano em ano (apesar do natural caráter heterogêneo e formativo do projeto) essa família musical proporciona um modelo de convivência saudável e de amizade entre os membros. Os jovens bolsistas são muito mais amigos e companheiros do que competidores, e isso acaba sendo um diferencial em relação a algumas das outras instituições congêneres. Isso, juntamente com um trabalho sério e consistente, pode fazer a diferença no futuro musical do nosso País.” [Depoimento de dezembro de 2024]

[Clique aqui para ler outros depoimentos publicados na Retrospectiva 2024 da Revista CONCERTO.]

Emmanuele Baldini
[Divulgação/Fernando Ruz]

 

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