Mozarteum transmite sinfonias de Beethoven com músicos de Bremen

por Redação CONCERTO 19/07/2020

O Mozarteum Brasileiro começa a transmitir em suas redes sociais esta semana a histórica integral das sinfonias de Beethoven apresentada em São Paulo, em 2013, pela Deutsche Kammerphilharmonie Bremen e pelo maestro Paavo Järvi.

O ciclo começa no dia 21 de julho, com as sinfonias nº 1, nº 2 e nº 3; no dia 28, são apresentadas as sinfonias nº 4 e nº 5; no dia 4 de agosto, a nº 6 e a nº 7; e, no dia 11 de agosto, as sinfonias nº 8 e nº 9. As apresentações foram gravadas na Sala São Paulo e no Theatro Municipal de São Paulo.

A apresentação das sinfonias foi um marco da temporada 2013 e venceu o Grande Prêmio do Prêmio CONCERTO daquele ano. No Site CONCERTO, o compositor Leonardo Martinelli manteve um diário no qual compartilhou suas impressões a respeito do ciclo.

“De uma maneira geral, Järvi conferiu tons mais ágeis para essas sinfonias, afastando-se de uma sonoridade paquidérmica – tão comum quando elas são interpretadas por sinfônicas-padrão – e ao se aproximar de um fio da meada essencialmente camerístico que podemos encontrar em todas elas, mesmo naquelas com evidente vocação para certo tipo de ‘majestade sinfônica’, tal como na Sinfonia n° 7 e na Nona, por exemplo”, escreveu.

“Além disso, ao longo do ciclo, o maestro estabeleceu duas linhas de diálogos. A primeira delas se estabeleceu entre ele a partitura de Beethoven, que ora obedece à risca as indicações escritas, ora liberta-se delas para dar vazão à sua identidade musical. Nestes termos, a marca registrada de Järvi foi o modo como ele lidou com as dinâmicas, elaborando novos planos de contrastes e ampliando o desenho de diminuendi e crescendi. A segunda linha de diálogo estabelecida ocorreu entre Järvi e os Músicos de Bremen. No Brasil, a expressão ‘músico de fila’ não raro é utilizada de forma pejorativa, podendo designar uma atividade menos artística e mais braçal, na qual a criatividade não é essencial e cujo principal papel do músico é engrossar as filas de instrumentos de uma orquestra, limitado a realizar as ordens recebidas do pódio (tal soldados que se juntam à massa de um batalhão). Efetivamente não é a maneira com a qual os integrantes da Deutsche Kammerphilharmonie Bremen realizaram sua parte da empreitada. Detentores de um grande senso camerístico, eles estão acostumados a encontrar, por contra própria, soluções para os diversos tipos de desafios técnicos e artísticos que uma partitura pode oferecer. Entretanto, isto não significa que eles atuem de forma totalmente independente e nem que não podem ser coautores de uma intenção musical mais ampla, elaborada por alguém que está lidando com este material de uma forma global, isto é, o próprio Paavo Järvi.”

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Deutsche Kammerphilharmonie Bremen [Divulgação/Julia Baier]
Deutsche Kammerphilharmonie Bremen [Divulgação/Julia Baier]

 

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