Produtora inicia filmagens de longa sobre compositor Joseph Bologne

A produtora Searchlight Pictures iniciou as filmagens de um longa-metragem sobre a vida do compositor francês Joseph Bologne, Chevalier de Saint-Georges. Ele foi um dos principais músicos a atuar na corte de Maria Antonieta, escrevendo sinfonias, concertos e óperas, entre elas L’amante anonyme. 

Bologne será interpretado pelo ator Kelvin Harrison Jr., que participou recentemente de filmes como Doze anos de escravidão e Os sete de Chicago. O elenco inclui ainda as atrizes Minnie Driver e Lucy Boynton, que vai interpretar Maria Antonieta.

A direção será de Stephen Williams, mais conhecido por seu trabalho em séries como Lost, Watchmen e The West World. O roteiro vai marcar a estreia no cinema da escritora Stefani Robinson, vencedor do Emmy Awards pela atuação como roteirista das séries Atlanta e What we do in the shadows. 

Em entrevista ao site Collider, Harrison Jr. falou sobre o que o levou a aceitar o papel. “O roteiro é impressionante. E é fascinante conhecer mais sobre esse homem e dar vida a esse homem tem um significado especial nesse momento”, afirmou.

Bologne, além de compositor e violonista virtuose, também foi um célebre esgrimista, entrando para a carreira militar em 1761, integrando a guarda real – mais tarde se tornaria o primeiro coronel negro do exército francês. Morreu em 1799. 

No ano passado, Bologne foi tema de um longo artigo do compositor brasileiro Marcos Balter no jornal The New York Times. Nele, o autor chama atenção para a importância de obras como seus quartetos de cordas ou sonatas para violino e piano no processo de quebra das tradições da música barroca. “Suas harmonias, texturas e esquemas formais o colocam no contexto de um estilo clássico que ainda estava se formando”, ele escreve. “Sua influência na França e fora dela, tanto como curador quanto como criador, foi sentida muito tempo depois de sua morte. (...) Boulogne não precisa ser comparado a ninguém, muitos menos ser um eco negro. Não vejo a hora de ver o filme. Mas me poupem do apelido terrível”, completou, referindo-se à alcunha “O Mozart negro”, utilizada pela historiografia para se referir ao compositor. 

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