Sala Cecília Meireles anuncia programação para 2020

por Luciana Medeiros 03/12/2019

Reportagem de capa da Revista CONCERTO de dezembro, a temporada 2020 da Sala Cecilia Meireles foi apresentada nessa segunda-feira, dia 2, por João Guilherme Ripper, que retorna ao comando da casa depois de ter passado onze anos – entre 2004 e 2105 – na direção.

Ele ressaltou o olhar curatorial que divide a programação em festivais, séries e eventos, com uma forte predominância da música de câmara em diversas formações. Haverá também uma sucessão de homenagens a datas redondas – como o festejo dos 250 anos de Beethoven, que inicia o ano após as duas aberturas orquestrais, nos dias 5 e 6 de março, com a Sinfônica da UFRJ e a Petrobras Sinfônica.

Antes da apresentação da temporada, o presidente da Funarj, José Roberto Gifford, saudou a chegada de João Guilherme Ripper como um dos pontos de resgate das “pessoas certas nos lugares certos”. “Estamos animados para trabalhar pela Funarj, órgão que completa 40 anos agora em dezembro, com olhar mais abrangente, com editais para montagens na Zona Sul e também nos círculos mais distantes do centro da cidade.” Gifford deu como exemplo equipamentos como o de Vila Kennedy, bairro da Zona Oeste do Rio que tem sido mais conhecido pelos conflitos armados. “O lugar tem um teatro maravilhoso, o Mário Lago, e vamos aproveitar para programar teatro, cinema, música. Esse é só um dos exemplos.”

João Guilherme Ripper e José Roberto Gifford durante o anúncio da temporada da Sala Cecília Meireles[Revista CONCERTO]
João Guilherme Ripper e José Roberto Gifford durante o anúncio da temporada da Sala Cecília Meireles [Revista CONCERTO]

A Sala Cecilia Meireles, espécie de joia da coroa dos teatros da Funarj – o Theatro Municipal é uma fundação à parte – volta a privilegiar a música que é a sua vocação após um período de programação “fragmentada”, nas palavras do diretor. “Estamos trazendo programas como as 32 sonatas de Beethoven, que o espectador pode desfrutar em nove dias, em três fins de semana seguidos”, explica Ripper. “São arcos completos, e isso é importante para uma continuidade, a ideia de que o espectador pode desfrutar uma obra em partes ou na íntegra.”

O barroco também tem destaques variados – desde uma série Bach até as presenças das orquestras da Unirio e de Versalhes. Antonio Meneses faz as suítes para violoncelo solo acompanhadas dos prelúdios brasileiros. São núcleos da programação ainda os pianistas, as orquestras, os cantores, a música contemporânea, a música instrumental.

“Vamos também fazer um diálogo entre Villa-Lobos e Beethoven numa série com peças da mesma formação nas obras de cada um”, completa o diretor. “E o Rio da Belle Époque ganha também uma panorâmica, com concertos e um curso sobre o assunto.”

Entre as novidades, uma primeira bateria de assinaturas, exclusivamente para o Festival Beethoven (“ano que vem queremos ampliar”, diz Ripper) e a mudança do horário dos concertos, que passam a começar às 19h. No campo educacional e de formação, João Guilherme Ripper aponta uma permanente cota de ingressos para escolas e projetos sociais, além de uma iniciativa pioneira de formação de gestores entre alunos de música. “Tive a chance de me aprofundar em gestão num curso na França, e aqui podemos usar o cotidiano e a equipe para dar as ferramentas de programação e administração a estudantes que desejem seguir também esse caminho.”

Tim Rescala também vai passar a transmitir seu programa “Blim-blem-blom”, da Rádio MEC, a partir da Sala em sete sábados ao longo do ano.

“Vamos operar na Sala com a estrutura criada na minha primeira gestão, que fortaleceu a captação de recursos para a programação artística. Hoje temos essa estrutura consolidada”, finaliza Ripper.

Entre o encerramento do ano e o início de 2020, João Guilherme Ripper atende a outros compromissos, que incluem, por exemplo, a finalização do CD com sua ópera Domitila em Portugal e a criação de uma peça sobre as Cartas Portuguesas, encomenda da Osesp e da Fundação Gulbenkian.

Clique aqui para conhecer a temporada completa da Sala Cecília Meireles.

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