Simpósio Mulheres Regentes lança manifesto contra a discriminação no meio musical

por Redação CONCERTO 08/03/2021

O Simpósio Internacional Mulheres Regentes lançou nesta segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, um manifesto criado a partir das discussões da terceira edição do evento, realizada no ano passado virtualmente.

O movimento Mulheres Regentes nasceu em 2016 por iniciativa de um grupo de maestras brasileiras, formado por Ligia Amadio, Claudia Feres, Vania Pajares e Érika Hindrikson. O projeto foi finalista, em 2019, do prêmio de inovação da conferência Classical:Next, realizada anualmente em Roterdã, na Holanda. 

No ano passado, o simpósio reuniu 976 participantes de 36 países, 200 conferencistas e promoveu 34 painéis e mesas e 9 conferências individuais. Ao todo, as discussões foram visualizadas 90.191 vezes na internet.

O manifesto afirma que, durante as discussões “diagnosticou-se uma profunda desigualdade entre a quantidade de homens, mulheres e diversidades que ocupam postos de direção de organismos musicais, assim como em suas programações artísticas”.

 

Frente a essa realidade, o texto reivindica “o acesso a espaços e postos historicamente negados às mulheres na música, particularmente às regentes e às compositoras”; denuncia “a invisibilização do trabalho das mulheres na música, particularmente das regentes e das compositoras”; e solicita “que sejam implementadas políticas que garantam a educação e o desenvolvimento musical de meninas e jovens”.

Leia abaixo a íntegra do documento:

“O presente manifesto se circunscreve aos princípios da Declaração universal dos direitos humanos, aprovada pela assembleia geral da ONU, no dia 10 de dezembro de 1948.

O movimento mulheres regentes foi fundado em 2016, com a finalidade de criar um espaço permanente de reflexão sobre a atuação das mulheres na música, assim como promover e implementar mecanismos para eliminar discriminações e injustiças históricas.

No decorrer do III Simpósio Internacional Mulheres Regentes – realizado em formato virtual, entre 15 e 20 de setembro de 2020 –, contando com 976 participantes de 36 países (regentes, compositoras, musicólogas, produtoras e gestoras de América, Europa e Ásia), diagnosticou-se uma profunda desigualdade entre a quantidade de homens, mulheres e diversidades que ocupam postos de direção de organismos musicais, assim como em suas programações artísticas.

Sendo assim, declaramos que:

1. Reivindicamos o acesso a espaços e postos historicamente negados às mulheres na música, particularmente às regentes e às compositoras;
2. Denunciamos a invisibilização do trabalho das mulheres na música, particularmente das regentes e das compositoras;
3. Rechaçamos qualquer ação discriminatória e, sobretudo, repudiamos toda e qualquer forma de assédio;
4. Instamos que sejam estabelecidas legislações que contemplem as demandas de valorização, proteção e isonomia, promovendo igualdade de oportunidades e condições de trabalho para as mulheres regentes, assim como para todas as demais profissionais na música;
5. Solicitamos que sejam implementadas políticas que garantam a educação e o desenvolvimento musical de meninas e jovens.

O movimento conclama o apoio e o compromisso das classes políticas e dos responsáveis pelas diversas instituições culturais, para que se efetivem as propostas resultantes do manifesto.”

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Simpósio Mulheres Regentes

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