Violoncelista Watson Clis morre em São Paulo aos 79 anos

por Redação CONCERTO 04/06/2021

Watson Clis, ex primeiro violoncelo do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Orquestra Sinfônica Brasileira, da Orquestra Sinfônica Nacional e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, morreu em São Paulo nesta quinta-feira. O músico estava internado havia uma semana para tratamento de um câncer do pulmão.

Nascido em 1942 em uma família humilde em Belo Horizonte, Watson aos sete anos já cantava em um programa infantil de calouros na rádio Inconfidência. Iniciou-se no violoncelo aos 13 anos com José Luiz Muza Pompe. Em 1964 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a estudar com Iberê Gomes Grosso e ingressou na Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1971 foi para Buenos Aires estudar com Pierre Fournier e no ano seguinte para Roma, aperfeiçoar-se com Amedeo Baldovino na Accademia di Santa Cecilia.

Como concertista, Watson Clis se apresentou como solista das principais orquestras brasileiras. Como camerista, integrou, juntamente com o violinista Erich Lehninger e o pianista Gilberto Tinetti, o Trio Brasileiro, um dos mais destacados grupos camerísticos de nossa história. Watson Clis também exerceu importante atividade docente orientando gerações de violoncelistas brasileiros, como professor da UFMG, Unirio e USP.

Além de músico extraordinário, Watson era querido por seu espírito alegre e jovialidade. Sempre com um largo sorriso no rosto, adorava conversar e contar histórias. Em um texto sobre Watson Clis na Revista CONCERTO, em abril de 1998, a jornalista Enedina Quinelato escreveu sobre o porquê de seu nome: 

Consta que quando seu pai nasceu, seu avô, depois de “bebemorar” bastante, entrou no cartório e determinou: “O menino vai se chamar Themístoclis”. Ao que o escrivão perguntou: “Sim. Mas Themístoclis do quê?” Seu avô, que já não enxergava nem via mais nada direito, insistiu: “Tá surdo, homem? Themístoclis! Clis, entendeu?” E assim o escrivão registrou o seu pai como Themístoclis Clis. Portanto, Watson que seria de Couto, tem um sobrenome inventado, fato ainda hoje comum de acontecer no interior do Brasil. Quanto ao prenome, sem dúvida foi uma homenagem do sr. Themístoclis ao auxiliar direto do famoso detetive Sherlock Holmes. Assim, Watson Clis já foi chamado de “o grande violoncelista norte-americano” em manchete publicada por um importante jornal de sua terra natal.

Watson Clis era casado com a professora de piano Marcilda Clis e é pai da mezzo soprano Adriana Clis.

O velório de Watson Clis será no Cemitério Parque da Cantareira (Estrada do Corisco n° 5005 - Jardim Corisco – SP), hoje, 4 de junho, a partir das 14h, com sepultamento às 17h.

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Watson Clis (Revista CONCERTO, 2005)
Watson Clis (Revista CONCERTO, 2005)

 

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