Editorial

Prezado Leitor, 

Julho é mês de festivais no Brasil. Em diversas cidades, estudantes e professores se reúnem em uma verdadeira imersão clássica, da qual todos tiram proveito. Para nós, sobram excelentes opções de recitais e concertos, muitos a preços populares ou ao ar livre. Nesta edição, a Revista CONCERTO publica uma reportagem sobre a importância desses eventos para o amadurecimento de nossa atividade musical (página 28), bem como a programação completa dos principais festivais clássicos do país (a partir da página 54). Tem Campos do Jordão, Juiz de Fora, Londrina, Petrópolis, Vale do Café, Fortaleza, Prados e muito mais. Aproveite você também essa ótima oportunidade para estreitar contato com os clássicos e desfrutar do talento de grandes músicos. 

Uma das mais importantes iniciativas implementadas pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo desde sua reestruturação é a encomenda de obras sinfônicas. Neste mês, a Osesp estreia mais uma dessas criações, O livro dos sons, de Rodolfo Coelho de Souza. Para falar dessa sua mais recente composição, bem como sobre suas outras atividades, Coelho de Souza concedeu uma entrevista ao nosso colaborador Irineu Franco Perpetuo, que você poderá ler na página 20 desta edição. 

No mundo inteiro vemos projetos utilizando o ensino e a prática da música clássica como ferramenta para a promoção social. São conhecidos os resultados altamente positivos que essa atividade exerce tanto para a formação da personalidade de crianças e jovens quanto para o desenvolvimento de suas aptidões. O exemplo de maior visibilidade internacional é o famoso “sistema” venezuelano, projeto que funciona há mais de 35 anos inspirado nas ideias do economista e músico José Antonio Abreu, e que alcança algumas centenas de milhares de jovens daquele país. 

No Brasil, há mais de dez anos a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo mantém um projeto sociocultural denominado Guri, que já impacta mais de 60 mil crianças e jovens e, em constantes aprimoramentos, vem estabelecendo parâmetros para uma política pública de promoção social por meio da música. Outra iniciativa digna de nota (e sobre a qual já noticiamos repetidas vezes) é o projeto do Instituto Baccarelli, que, por sua vez, tem demonstrado a importância de não se perder de vista a exigência e o compromisso artísticos. 

Nesta edição da Revista CONCERTO publicamos uma matéria sobre uma das mais recentes iniciativas de promoção social por meio da música em nosso país, que é o Neojibá da Bahia, idealizado e dirigido pelo pianista Ricardo Castro. Em conversa com a jornalista Camila Frésca, Castro fala das origens, desafi os e conquistas deste projeto. Em julho, a Orquestra Juvenil da Bahia, formada pelos mais destacados estudantes do Neojibá, fará apresentações na Europa (Londres e Lisboa), bem como em São Paulo, Belo Horizonte e Campos do Jordão. 

E, como todos os meses, você poderá ler sobre as tendências internacionais em nossa seção GRAMOPHONE, com o melhor da prestigiada publicação inglesa (página 62). Aqui você se informa sobre os principais lançamentos do mercado fonográfi co mundial e lê textos sobre Stéphanie d’Oustrac, Donald Runnicles, Nicola Benedetti e Antonio Pappano. 

Os 80 anos de Régis Duprat, a ópera Amazônia na Alemanha, o sucesso de Kristjan Järvi com a Osesp, os “meninos da Vila” de Gilberto Mendes, os 300 anos de nascimento de Pergolesi, a estreia de Magdalena de Villa-Lobos em Paris e muito mais – leia a Revista CONCERTO e fi que por dentro de tudo que acontece no mundo da música clássica! 

Nelson Rubens Kunze
diretor-editor