Um recital de Fabio Vianna, com a participação do ator Roney Facchini, abre hoje, dia 11, a programação do festival Concertos na Serra. Até o dia 21, as apresentações vão contemplar um repertório amplo, sempre na Igreja Santa Clara, na Serra do Japi, interior de São Paulo. Ela foi construída em 1917 e é tombada pelo Patrimônio Histórico.
A agenda dos concertos – que serão transmitidos pelo YouTube e não terão a presença do público, com direção cênica de Carla Candiotto – tem artistas como Neymar Dias, Gabriel Marin, João Paulo Amaral, Heloísa Meireles, Mayra Pezzutti, Renato Bandel, Denise Ferrari, Livia Lanfranchi e Alessandro Santoro, entre outros.
A direção artística é da maestrina Claudia Feres, que conversou brevemente com o Site CONCERTO e falou sobre a ideia da programação.
Como surgiu a ideia do festival? Qual foi o objetivo inicial do projeto?
Tenho trabalhado com a diretora da Cia. de Teatro de Jundiaí, Carla Candiotto, em projetos com a Orquestra Municipal de Jundiaí. Os pais da Carla moram na Serra do Japi. E nesse momento de isolamento, em visita a seus pais, ela se deparou com esse espaço que pertence a uma associação de moradores de bairros da Serra. O espaço, cercado de chácaras e mata, consiste em uma pequena igreja de 1917, a Igreja de Santa Clara, e uma escola desativada. Carla me convidou para conhecer o espaço para que eu desenvolvesse algumas atividades musicais. Eu já estava elaborando uma série quando fiquei sabendo do Proac Expresso – LAB, que nos possibilitou realizar um pequeno festival, com uma excelente equipe de técnicos e artistas. O espaço, muito intimista, é bastante apropriado para esse momento de isolamento. Não permite aglomerações, não somente pela pandemia, mas em respeito ao meio ambiente. A acústica da igreja é muito convidativa para a música de câmara.
Como definiria a linha curatorial por trás da escolha de artistas e de repertório?
Acho importante dizer que fiz o projeto e a curadoria com assessoria do Fábio Vianna, que está na gestão do projeto e abre o festival com o projeto “Cantar Camões”, ao lado do ator Roney Facchini. Procurei trazer músicos que tivessem uma grande paixão pelo que fazem. Como estamos comemorando também os 50 anos da Escola de Música de Jundiaí (EMJ), queria que os artistas tivessem alguma afinidade com a escola e também com esse ambiente rural. Teremos a deliciosa brincadeira de muitas violas – vihuela, viola de orquestra, viola caipira. Em todos os concertos temos artistas que de alguma forma se relacionaram com a Escola de Música de Jundiaí, alguns ex-professores, como Pedro Dellarole, violinista da Osusp, Renato Bandel, violista, o Duo Bico de Pena, Angelique e Renato Camargo. Temos ainda músicos que realizaram outros projetos com a Escola e também a Heloísa Meirelles, violoncelistas da Osesp, moradora da Serra do Japi e que foi aluna na Escola de Música de Jundiaí quando pequena. Conhecendo bastante os artistas e o trabalho que desenvolvem, não senti necessidade de interferir no repertório. Mas eu definiria, como a linha curatorial, que nesse momento precisamos de leveza.
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