A Filarmônica de Minas Gerais realiza hoje, dia 15, a final da décima primeira edição do Festival Tinta Fresca, dedicado a jovens compositores. O vencedor ganha como prêmio a presença de uma obra sua na temporada do ano que vem da orquestra.
São cinco obras concorrentes, que serão apresentadas na Sala Minas Gerais sob regência do maestro José Soares, com transmissão ao vivo pela internet.
De Jônatas Reis, será tocada Bartokianas brasileiras nº 1, que ele define como homenagem a Bela Bartók. “Ela é estruturada meticulosamente com base nos números da Série de Fibonacci e da proporção áurea, cujos padrões são encontrados na natureza, nas artes, em diversas áreas do conhecimento e usados por Bartók em suas composições. Elementos rítmicos e melódicos do folclore brasileiro são utilizados de forma estilizada numa dinâmica interação com processos e recursos próprios da obra de Bartók e da música contemporânea”, diz o compositor.
Sublimações Antárticas, de Rubens Fonseca, vem em seguida. A peça é construída em um único movimento, e é caracterizada pela alternância entre partes de tutti e partes com formação quase camerística, nas quais ocorrem dois solos, de flauta e de clarone. “A estrutura se assemelha a um concerto grosso, forma instituída no período Barroco e recuperada por compositores modernos. Há na peça um amplo uso de técnicas expandidas e recursos que visam à produção de timbres e texturas, como multifônicos, glissandos e harmônicos, dentre outros.
De Martim Butcher, será tocada Iniciação nas cores. “Vários gestos da obra Iniciação nas cores, entre os quais o inicial, remetem às cores como timbres, usados em sucessão para criar efeitos de melodias tímbricas. Porém, quanto à forma, aqui as cores são climas, regiões, postos num curso de contrastes aparentemente sem retorno: uma aposta no prazer de se iniciar numa sequência de paletas.”
Cores Dissolutas, de Willian Lentz, propõe jogo entre estaticidade e movimento. “Blocos harmônicos condizem com os momentos de imobilidade. Em seguida, se dissolvem através da sucessão de uma figura motívica, que dá movimento à dinâmica musical. A obra, em sua essência, carrega uma qualidade afetiva em estado de resignação. O desejo latente de tornar preponderante o movimento sonoro não resiste, cedendo à posição de complacência perante a contemplação das estruturas verticais.”
Por fim, será executada a obra Isocronia, de Marcelo Bellini Dino. “A obra foi concebida no primeiro trimestre de 2020, com dois temas contrastantes. O primeiro, de caráter mais melódico, aflora na seção das cordas acompanhado por um ostinato persistente com uma divisão rítmica bastante constante. Assim, marimba, vibrafone e piano trabalham como um ‘motor’, conduzindo a música de forma pulsante e contínua. O segundo tema é cromático e tem caráter motívico, proporcionando momentos mais instáveis harmonicamente. O termo isocronia, definido como a divisão rítmica postulada do tempo em porções iguais, em uma linguagem, foi então emprestado para representar a ideia de pulso constante e homogêneo sobre a qual a obra foi construída.”
O júri é composto pelos compositores André Mehmari, Leonardo Martinelli e Paulo Zuben.
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