Novidades incluem três turnês no próximo ano, além da criação de uma sala de música de câmara no hall entre a Sala e a estação da CPTM
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo anunciou no começo da tarde desta quinta-feira, dia 28, sua temporada 2024, que marca os 70 anos do grupo, os 25 anos da Sala São Paulo e os 30 anos do Coro da Osesp. A programação terá como eixo as escolas de Viena e o modo como influenciaram a história da música.
A temporada 2024 será a primeira completa da Osesp anunciada já sob a direção musical de Thierry Fischer. Em coletiva de imprensa no começo da tarde desta quinta-feira, dia 28, a orquestra anunciou também que fará uma turnê pela Europa entre fim de agosto e começo de setembro. Na volta, será realizada uma turnê brasileira. E o grupo volta a viajar em novembro, para uma turnê de dez dias pela Ásia.
No encontro com a imprensa, a secretária de Cultura e Economia Criativa Marilia Marton anunciou a criação de uma sala de música de câmara, no hall entre a Sala e a estação da CPTM. Ela será inaugurada no dia 9 de julho, data do aniversário de 25 anos da Sala São Paulo, terá 600 lugares e acústica adequada para que eventos sejam feitos simultaneamente nos dois espaços. A sala será multiuso, dedicada também à música popular e outras linguagens.
“Orquestra não é museu onde se vai para ouvir e conhecer o passado, mas o lugar onde a gente conhece os desafios do futuro”, disse o maestro Thierry Fischer aos jornalistas.
A Osesp fará a integral das sinfonias e os dois concertos para piano de Brahms e um Festival Schubert, que tem como destaque uma série de recitais do pianista Paul Lewis, dedicados às sonatas do compositor. A Osesp inicia também a integral dos concertos para piano de Beethoven com o pianista Tom Borrow. Ele interpreta os três primeiros concertos em 2024 e o projeto entra em 2025, com os últimos dois. Do compositor, o grupo faz também a Missa solemnis, que abre a temporada, como Paulo Szot, Luisa Francesconi e Giovanni Sala entre os solistas.
Já a segunda escola de Viena aparece com a Passacaglia op. 1 e In Sommerwind, de Anton Webern (regência de Elena Schwarz e Xian Zhang, respectivamente); de Arnold Schoenberg serão apresentadas Pelléas e Mélisande, com o maestro Christoph Koncz, e sua orquestração do Quarteto op. 25 de Brahms; de Alban Berg, a temporada inclui o Concerto para violino, com regência de Heinz Holliger e solos de Ilya Gringolts.
Os 25 anos da Sala São Paulo serão celebrados com a mesma peça que marcou sua inauguração: a Sinfonia nº 2, Ressurreição, de Mahler. A regência será de Thierry Fischer, à frente da Osesp, do Coral Paulistano e do Coro Acadêmico da Osesp, além de contar com as solistas Camila Titinger Provenzale e Luisa Francesconi.
![O maestro Thierry Fischer [Divulgação/Marco Borggreve]](/sites/default/files/inline-images/l-Thierry_Fischer_042_credit_Marco_Borggreve_8483w_0.jpg)
Para marcar o aniversário do Coro da Osesp, o grupo fará algumas apresentações especiais, sob regência de Luiz de Godoy, William Coelho (com obras de compositoras) e Celso Antunes, que em setembro rege a Missa K 077, de Stravinsky, e a Missa nº 2 em mi menor, de Bruckner.
Destaques da programação
Em fevereiro, a Osesp fará três programas anteriores à abertura oficial da temporada. Hilo Carriel rege Carmina burana, de Carl Orff, e Thierry Fischer comanda o grupo em concertos nos quais serão apresentadas as peças finalistas do concurso dedicado a compositoras latino-americanas. A vencedora terá a peça gravada em um disco que celebra os 70 anos da orquestra, no qual estarão também novas criações de Andrew Norman, Clarice Assad, Esteban Benzecry, Felipe Lara, Heinz Holliger e Unsuk Chin (as obras serão tocadas em um concerto especial no dia 23 de fevereiro).
Depois da abertura oficial, com a Missa de Beethoven, Thierry Fischer rege programa com peças de Jessie Montgomery e Unsuk Chin; Alexander Shelley comanda apresentações com obras de Silvia Berg, Prokofiev (Concerto nº 3, com Cristian Budu) e Stravinsky; e Szot, Luciana Bueno, Lina Mendes cantam o oratório Paulus, de Mendelssohn (Arvo Volmer).
Em abril e maio, o destaque é o piano. Paul Lewis faz os primeiros dois de seus recitais com as sonatas de Schubert (ou outros dois acontecem em outubro) e toca o Concerto nº 27 de Mozart (em programa regido por Alexander Liebreich, que tem também obras de Olga Neuwirth e Schubert). Por sua vez, Víkingur Ólafsson sola o Concerto para piano, de Schumann, e apresenta, em recital, as Variações Goldberg, de Bach, que ele acaba de gravar para o selo Deutsche Grammophon. Em seguida, Tom Borrow faz os três primeiros concertos de Beethoven, além de realizar recital com músicos da Osesp.
![O pianista Vikingur Olafsson [Divulgação]](/sites/default/files/inline-images/w-vikingur-olafsson-.jpg)
Ainda em maio, Fischer vai reger Amériques, de Varèse; Uirapuru, de Villa-Lobos; Umoja, de Valerie Coleman; a Sinfonia nº 1 de Mahler; e a Sinfonia alpina, de Strauss – do compositor, em junho, Xian Zhang rege Assim falou Zaratustra. No mesmo mês, apresenta-se uma das estrelas da temporada: a violinista Hillary Hahn, que será a solista no Concerto para violino, de Alberto Ginastera, e na Fantasia sobre Carmen, de Sarasate. Em julho, depois do aniversário da Sala, a Osesp volta ao palco no fim do mês com Giancarlo Guerrero e o Réquiem de Duruflé. Com o maestro, o grupo toca também, em agosto, um programa com Adolphus Hailstork, Arturo Márquez (Concerto de outono, com o trompetista Pacho Flores) e a Sinfonia nº 3 de Copland.
Entre setembro e dezembro, Fischer estará três semanas com a Osesp. Na primeira, rege a Sinfonia nº 6 e os Choros nº 10, de Villa-Lobos, além da estreia latino-americana de Reverdecer, de Andreia Pinto Correia; na segunda, com o violoncelista Jean-Guihen Queyras (que também faz recital com músicos da Osesp), toca as Variações rococó, de Tchaikovsky, em programa que tem ainda a Sinfonia nº 4 de Brucker; na terceira, nos concertos de encerramento, as apresentações têm como destaque o Concerto para flauta, Lux stellarum, de Erkki-Sven Tüür, com solos de Emmanuel Pahud.
Os demais concertos do período serão regidos por uma série de maestros e maestras convidados. Elin Cham vai interpretar a Sinfonia nº 10 de Shostakovich e Speaking Drums, de Peter Eötvös – do compositor russo também será tocada a Sinfonia nº 6, com regência de Elena Schwarz. Paolo Bortolameolli toca a Sinfonia nº 7 de Dvorák; Heinz Holliger faz um programa Berg e Schumann; Katharina Wincor fica responsável pela Missa de Schubert; Marc Albrecht comanda a Osesp em Brahms; Simone Menezes e o violinista Guido Sant’Anna tocam a Sinfonia espanhola, de Lalo (além de Lili Boulanger e Villa-Lobos); Marcelo Lehninger rege a Sinfonia nº 4 de Tchaikovsky; e Leonardo García Alarcón interpreta a Missa em si menor de Bach.
![A violinista Hilary Hahn [Divulgação/Dana van Leeuwen/Decca]](/sites/default/files/inline-images/w-HH_60A3853_c_Dana_van_Leeuwen_Decca.jpg)
Em 2024, a série de assinaturas da Osesp será reformulada, indo de 12 para 8 árvores, com uma redução de 32 para 27 semanas de apresentações. A medida, segundo comunicado enviado aos assinantes, “possibilitará que a orquestra tenha mais tempo para ensaios, realize importantes gravações e participe de projetos especiais”.
A renovação de assinaturas acontece entre os dias 2 e 22 de outubro; as trocas serão feitas entre 23 e 29 de outubro; novas assinaturas de séries fixas poderão ser adquiridas de 30 de outubro a 6 de novembro; e, entre 6 de novembro e 29 de dezembro, estarão abertas as vendas de novas assinaturas de séries fixas e flexíveis.
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