Violonista Carlos Barbosa-Lima morre aos 77 anos

Artista estava em Paraty e sofreu um infarto

Morreu ontem, dia 23 de fevereiro, em Paraty, o violonista Carlos Barbosa-Lima. O músico tinha 77 anos e sofreu um infarto.

Antonio Carlos Barbosa-Lima nasceu em São Paulo, em 1944. Ainda criança demonstrou excepcional aptidão musical, estreando publicamente aos 12 anos de idade. Já no ano seguinte lançou seu primeiro disco, “Dez dedos mágicos num violão de ouro”, pela gravadora Chantecler, parte da RCA Brasil. O violonista estudou com mestres como Isaías Sávio e foi próximo de artistas como Luiz Bonfá e Tom Jobim. O compositor argentino Alberto Ginastera dedicou-lhe a sua Sonata para violão op. 47 e Francisco Mignone dedicou-lhe o seu Concerto para violão, 

Barbosa-Lima desenvolveu uma intensa carreira internacional, com recitais e concertos pela América do Sul e Estados Unidos, para onde acabou se mudando no início da década de 1980. Ali, entre outros cargos, foi professor na Universidade Carnegie Mellon e da Escola de Música de Manhattan.

Exímio arranjador, Carlos Barbosa-Lima fez inúmeras transcrições de música latino-americana e lançou mais de 40 discos.

Em sua página no Facebook, o violonista Fabio Zanon lamentou a morte de Carlos Barbosa-Lima: “Estou arrasado ao saber da morte do meu querido amigo Carlos Barbosa Lima. Ele tem sido um herói desde que comecei a aprender violão e tem sido um privilégio ser amigo dele por cerca de 25 anos. [...] Ele tinha um dom único de fazer o violão soar como um conjunto completo, cada linha cuidadosamente burilada. Pessoas que só o conheceram nos últimos anos pensam que ele foi apenas um especialista em música latina. Elas não fazem ideia de suas soberbas transcrições de Bach, Händel e Scarlatti, seu enorme conhecimento do repertório e seu entusiasmo juvenil pelos seus projetos. Devemos muitas partituras a ele, começando pela comissão da sonata de Ginastera, dos 12 Estudos e do Concerto de violão de Mignone, e grandes obras de Harris, Balada, Santorsola, Pinto Fonseca, Duarte e muito mais. [...] Obrigado, Antônio Carlos, você nunca será esquecido. Nós te devemos muito”.

Leia também
Notícias Marcos Balter vence Prêmio da American Academy of Arts and Letters
Notícias Osesp faz quatro concertos com trilhas de filmes e séries
Irineu Franco Perpetuo Cristian Budu: Beethoven para o terceiro milênio
Nelson Rubens Kunze Orquestra Jovem abre temporada com Floresta do Amazonas