Retrospectiva 2020: Arthur Nestrovski

por Redação CONCERTO 28/12/2020

Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp

“A temporada 2020 começou de modo inesquecível, com a Missa Solemnis regida por Thierry Fischer, em seu primeiro programa como regente titular. Uma semana depois, a Sala São Paulo estava fechada e os concertos suspensos, por força da Covid-19. Ninguém poderia prever o que viria. Nossa maior dificuldade foi não poder tocar ao vivo. O que se tornou também um desafio: como manter a orquestra ativa, levando música ao público? 

A resposta se sabe: um aumento inédito da atividade digital. Os números falam por si: 865 publicações, nas mídias sociais da Osesp e da Sala São Paulo, entre 16/03 (logo após o fechamento da Sala) e 09/10 (logo depois do último concerto digital da Osesp nessa fase, antes da reabertura da plateia). Foram 15 concertos transmitidos ao vivo da Sala, 37 vídeos da orquestra e 57 dos músicos, em casa. Tivemos transmissões da Academia da Osesp e lives. No total, nada menos de 135 vídeos, que foram vistos 1.354.548 de vezes. No Instagram, alcançamos 4.091.396 pessoas e, no Facebook, 7.281.877, chegando ao impressionante número total de 11.373.273 pessoas. 

Entre tantos outros momentos, cabe destacar a Chaconne, de Bach, tocada por nosso spalla Emmanuele Baldini, ainda em março, em nossa primeira transmissão (a primeira no país); os vídeos coletivos da Orquestra e do Coro – verdadeiros filmes de música, dirigidos por Fábio Furtado; a estreia mundial das Cartas portuguesas, de João Guilherme Ripper (co-encomenda Osesp/ Gulbenkian), num espetáculo imaginado para as condições atuais; e, já na fase de transmissões com plateia, outra estreia mundial, de Mason Bates (EUA), com a Osesp e Marin Alsop. Durante esse período, lançamos o primeiro disco (com Karabtchevsky) e gravamos o segundo (com Tibiriçá) da integral dos Choros de Camargo Guarnieri, para a série “Música do Brasil”. 

Tudo isso são só destaques de uma produção intensa, apesar de tudo. Voltamos a tocar ao vivo na Sala, com plateia reduzida, em meados de outubro e, em dezembro, iniciamos novas transmissões semanais, que esperamos manter em caráter permanente. Em suma: muita música, num espírito de resiliência que foi a marca de todos da Fundação Osesp, nosso modo de honrar o respeito e carinho de tantas pessoas e instituições. Nossa forma, também, de honrar a memória dos que perdemos, como a regente de honra do Coro da Osesp, Naomi Munakata. 

Foi um ano dificílimo, para todos, com as instituições culturais sofrendo como nunca; ao que se soma a diminuição de espaço e relevância da crítica especializada. Seguimos adiante: fazer música significa muito, em especial no nosso contexto, e ainda mais em tempos como agora. Boa sorte – e vacina! – para todos nós.”

[Divulgação / Ding Musa]
[Divulgação / Ding Musa]

 

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