Retrospectiva 2020: Sidney Molina

por Redação CONCERTO 28/12/2020

Sidney Molina é violonista, professor e crítico de música do jornal Folha de S.Paulo

“Em 2020 os concertos de abertura das temporadas – quando ocorreram – tiveram sabor de despedida. Desde então, várias ações musicais foram lançadas no espaço sonoro e visual apertado das telas dos gadgets

Se a música de câmara, intimista por natureza, tornou-se inviável (até porque não há sincronia perfeita no som tocado à distância em tempo real) e o risco de contaminação tornou proibitiva a manutenção das atividades de coros e orquestras, os solistas saíram na frente, transmitindo música de suas casas. Algumas séries (mais no exterior do que aqui, infelizmente) enfrentaram com criatividade o desafio de manter apoios e cobrar ingressos.

A receosa volta gradual aos concertos presenciais – com seus protocolos rigorosos – teve momentos emocionantes (como o primeiro concerto com público da Osesp na Sala São Paulo em 15/10, tocando com perfeição Arvo Pärt e Brahms), mas a leitura mais ágil, crítica e artística das condições limitadoras da pandemia partiu de Abel Rocha e da Orquestra Sinfônica de Santo André (SP).

O projeto Microestreias da quarentena (encomenda de obras breves a oito diferentes compositores levando em conta os limites – e as dores – do distanciamento), a sequência de vídeos Trilogia trancafiada e a micro-ópera O Guarani souberam romper com o script forçado das (não mais festivas) homenagens aos 250 anos de Beethoven.

Como membro do Quaternaglia, tive a chance de tocar intensamente em turnê de 30 dias pelos Estados Unidos – o concerto em Nova York ocorreu imediatamente antes de tudo parar. Entre os novos projetos criados destaco “Academia e Violão” (em parceria com Gilson Antunes e Cleyton Fernandes) e a coordenação da 31ª edição (a primeira on-line) do Concurso de Violão Souza Lima.”

[Revista CONCERTO / Anthony Kunze]
[Revista CONCERTO / Anthony Kunze]

 

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