Depois de uma pequena maratona, três finalistas no Festival de Piano do Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO - Na última segunda-feira, dia 23, foram selecionados os três finalistas do 3º Festival Internacional de Piano do Rio Janeiro. O resultado saiu após dois dias de uma pequena maratona no qual foram ouvidos nove candidatos de seis países (um décimo candidato, da Coreia do Sul, não viajou ao Brasil por conta de uma doença).

Com direção artística da pianista e gestora cultural Lilian Barretto, o evento dá continuidade ao Concurso Internacional BNDES de Piano, realizado entre 2009 e 2016. O formato de concurso foi ampliado, ganhando a denominação de festival, já que, além da competição propriamente dita, estão previstas diversas outras ações, como itinerância nacional de jovens pianistas. Este ano, o evento presta homenagem ao pianista brasileiro Nelson Freire (1944-2021), que será tema de um livro a ser lançado pelo evento, escrito pelos jornalistas Luciana Medeiros e João Luiz Sampaio.

Os candidatos que se apresentaram foram pré-selecionados através de vídeos pelas pianistas Vera Astrachan, Olga Kopylova e pela própria Lilian Barretto e concorrem a premiações que somam R$ 120 mil. Com idades que variam entre 23 e 28 anos, eles foram escolhidos a partir de 65 inscritos.

Os jovens pianistas tocaram um repertório de livre escolha, com cerca de 50 minutos de duração, e foram avaliados por um júri formado pela japonesa Akiko Ebi (presidente do júri), o português Álvaro Teixeira Lopes, o alemão Jan Jiracek von Arnim, o chinês Kent Zhou e os brasileiros Linda Bustani, Cristian Budu e Roberto Tibiriçá.

A liberdade dada aos candidatos teve a vantagem de fazer com que a própria seleção de obras fosse já uma forma de avaliação. Assim é que a canadense Élisabeth Pion elaborou um bem pensado programa que incluiu obras de uma excelente e pouco conhecida compositora (a francesa Hélène de Montgeroult, 1764-1836) e obras dos séculos XIX, XX e XXI, terminado com um arranjo de seu conterrâneo Marc-André Hamelin para Tico-tico no fubá, de Zequinha de Abreu, um repertório que agradou ao público e ao mesmo tempo deu aos jurados condições de avaliarem suas diferentes capacidades; ou que o francês Orlando Bass fizesse uma aposta arriscada, utilizando todo o seu tempo para interpretar uma única obra, as Variações Goldberg, de Bach.

As semifinais aconteceram na Sala Cecília Meireles e foram acompanhadas por um público reduzido, porém fiel e engajado, que aproveitava cada intervalo para trocar impressões e engatar conversas animadas sobre os candidatos. Com 27 anos, Pion foi uma das candidatas escolhidas para a final, junto com o italiano Gabriele Strata, de 24 anos, e o espanhol Leo de Maria, de 27.

O concurso também anunciou o Prêmio Nelson Freire ao melhor pianista brasileiro, que foi dividido entre Erving Rieger (23 anos) e Victor Zendron da Cunha (26). Além disso, a ousadia e ótima interpretação de Orlando Bass valeu-lhe uma menção especial do júri, não prevista no programa.

No sábado, dia 28, acontece a prova final, com os 3 pianistas selecionados tocando com a Orquestra Sinfônica Brasileira sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá. Veja mais detalhes no Roteiro do Site CONCERTO

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