Morreu na manhã desta quarta-feira, aos 89 anos, a soprano italiana Renata Scotto. Ela foi uma das mais importantes cantoras líricas de sua geração, tornada célebre pela interpretação de papeis de compositores como Verdi e Puccini. Segundo a agência de notícias italiana ANSA, foi uma “morte repentina”, cujas causas ainda não foram reveladas. Scotto vivia em Savona, sua cidade natal.
Scotto iniciou sua carreira nos anos 1950, interpretando o repertório do bel canto, em papeis como Amina, em La Sonnambula, de Bellini, no Teatro Alla Scala de Milão. Outras óperas do compositor se seguiram a essa estreia no principal palco da ópera italiana, assim como títulos de Meyerbeer e Donizetti.
A partir dos anos 1960 e 1970, seu repertório seguiria em direção a papeis mais pesados, à medida em que começou a viajar o mundo, apresentando-se nos principais teatros de ópera do cenário internacional. Rigoletto, Adriana Lecouvreur, Luisa Miller, Don Carlo, Francesca da Rimini, Otelo, Pagliacci – essas são apenas algumas das óperas para as quais deixou interpretações marcantes.
Mas Puccini tinha um lugar especial em sua trajetória. Em 1977, no Metropolitan Opera de Nova York, ela interpretou Mimi em La bohème na primeira transmissão ao vivo para a televisão americana de uma ópera. Sua Madama Butterfly tem poucas rivais, assim como sua Manon Lescaut.
Nos anos 1990, ela demonstrou sua versatilidade ao assumir papeis como Elle, em A voz humana; Klytemnestra, em Elektra; Madame Flora, em A médium; a Marechala, em O cavaleiro da rosa; ou Kundry, em Parsifal. Após se aposentar como cantora, Scotto passou a trabalhar como encenadora em teatros como o Metropolitan, a Arena de Verona, o Teatro Colón de Buenos Aires e a Ópera de Chicago. Seu legado está preservado em gravações com os principais cantores e maestros de sua geração.
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