No dia 1º de junho, a Orquestra Petrobras Sinfônica volta a receber, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, uma convidada especial d’além mar – a soprano portuguesa Carla Caramujo, com regência do titular Isaac Karabtchevsky.
“É uma grande visita a Mozart e seu Don Giovanni”, diz o maestro. “Duas famosas árias de Donna Ana estarão presentes! E Carla Caramujo traz as peças com bom gosto e sensibilidade.” Depois da abertura da ópera, Carla interpreta Or sai chi l'onore e Crudele... Non mi dir. Na segunda parte, uma catedral da música de concerto será trazida mais uma vez à cena pela Opes, Karabtchevsky e Carla: as Quatro últimas canções, de Richard Strauss. Peças de períodos bem diferentes e ambientes musicais opostos.
“Mozart e Strauss se relacionam intimamente apesar de separados no tempo por mais de um século”, responde Carla. “Ambos são gigantes incontornáveis da história da música, com linguagens atemporais, de grande expressividade e transparência; em ambos, a música transcende genialmente a palavra.” Carla ainda ressalta que são obras da maturidade. “E eu diria que as Quatro últimas canções, escritas em 1948 e estreadas postumamente, são o corolário de todas as grandes obras escritas até meados do século XX. Há algo de paradoxalmente visceral e transcendente nessa música."
Essa será a terceira vez que Carla se apresenta sob a batuta de Karabtchevsky. “Sinto-me honrada. Isaac é um enorme maestro, da linhagem de Karajan, sábio como músico e como ser humano.” Mas a presença de Carla em palcos brasileiros veio aumentando nos últimos anos. Ano passado, fez o elogiado papel-título de A raposinha astuta de Janáček, no Theatro São Pedro, em São Paulo, com direção de André Heller-Lopes e regência de Ira Levin. “Sempre fui feliz aqui, trabalhando e, ao receber um convite do Brasil, faço o possível para aceitar.”
Depois do concerto no Rio, Carla faz, em Lisboa, a estreia de uma ópera de Joly Braga Santos no Teatro Nacional de S. Carlos, Trilogia das Barcas, baseada nos Autos de Gil Vicente, onde faz a protagonista, o anjo. E, em seguida, volta para o Brasil, para estrear em Congonhas do Campo e Belo Horizonte, nos dias 13 e 19 de julho, a ópera Devoção. “A obra operática e vocal de João Guilherme Ripper já me é muito familiar e eu venho já há algum tempo também tentando difundi-la no meu país. Fiz a estreia portuguesa de Onheama, Domitila, Cartas Portuguesas, Cinco poemas de Vinicius de Morais e fiz as estreias mundiais de Icamiabas e da versão sinfônica de Domitila.”
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