A Orquestra Jovem do Estado faz concerto neste domingo na Sala São Paulo, sob a regência da maestra mato-grossense Emanuelle Guedes. O programa começa com duas obras de Rimsky-Korsakov: Capricho espanhol e Sheherazade, peças que evocam paisagens e personagens de diferentes culturas. Excelente complemento para o programa, segue-se, então, Tributo a Portinari, de César Guerra- -Peixe, inspirado no trabalho do artista brasileiro, que pertence à sua fase nacionalista.
“A obra de Guerra-Peixe se notabilizou por duas fases marcantes: uma dodecafônica e outra nacionalista. Entre 1944 e 1949, Guerra-Peixe escreveu quase cinquenta peças dentro dessa primeira linguagem, embora sempre com certa liberdade e procurando, por vezes, fundir a técnica dos doze tons com a música nacional”, escreve Camila Fresca em texto sobre o compositor, publicado na edição de março de 2014 na Revista CONCERTO [leia a íntegra do texto aqui].
“Em 1949, Guerra-Peixe abandona definitivamente o dodecafonismo e abraça o nacionalismo. Certa vez, em entrevista a Luiz Paulo Horta, o compositor declarou: ‘Depois do dodecafonismo, fiquei por um tempo imbuído de alguns conceitos errôneos. Koellreutter dizia: ‘Quando uma música agrada, é porque alguma coisa não está no lugar’. A música tinha que desagradar. A gente também compunha sem pensar no problema dos instrumentos; eu compus, o diabo que toque. Tenho músicas que não consigo tocar. Hoje penso diferente. A música pode ser difícil, mas tem de ser viável. E a comunicação foi um negócio que sempre me interessou’.”
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